27 maio 2011

Blogs de Bebés e Segurança

Ultimamente tenho detectado uma tendência para a criação de blogues de bebés. Fiz uma pesquisa no Google por "blog+bebé" e obtive qualquer coisa como 26.200.000 páginas! A tendência é tal, que existem serviços de alojamento de blogues especializados neste nicho de mercado. Que questões de segurança se colocam?

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Mas se é tudo assim tão cor-de-rosa, porquê este artigo, pensará o leitor. Um dia destes, em finais de Agosto de 2008, estava a falar pelo Messenger com uma responsável de uma organização não governamental no domínio da protecção da criança, quando esta me chamou à atenção para uma página. Aí figurva, nada mais, nada menos, que um anúncio classificado com o seguinte título: "VENDO CRIANÇA COM 2 MESES CABELOS LOIROS - É UMA MENINA". A acompanhar o título estava uma foto da criança, o preço (100,00 £), a localidade (Lisboa, Portugal), a data em que o anúncio havia sido colocado e a seguinte descrição: "TA A VENDA! VENDO-A A KE A TRATAR BEM! PODE SER USADA PARA ACTOS SEXUAIS K EU NAO ME IMPORTO! URGENTE!". A descrição continha ainda uma frase relativa aos genitais da criança que me abstenho aqui de reproduzir e um número de telemóvel obviamente falso. O anúncio, havia sido colocado há 1 hora atrás. O caso foi de imediato denunciado à Polícia Judiciária e ao site onde o anúncio estava colocado (através de botão específico para este tipo de denúncias). Apesar de recentemente colocado, os comentários iam caindo uns atrás dos outros. A maioria de indignação, outros com ameaças e insultos ao autor do anúncio e um ou outro com apreciações absolutamente inqualificáveis relativamente à criança. Um dos comentários rapidamente apontou a origem da imagem da criança. O blogue de uma bebé que já não é mantido há quase 2 anos, mas de onde havia sido copiada uma fotografia tirada ao bébé aos 2 meses de idade. Apesar do próprio anúncio indiciar tratar-se de uma "brincadeira de mau gosto", a situação evoluiu chegando ao ponto de um dos comentários ser feito por uma alegada irmã do "vendedor". Alegava ter-se tratado de uma "brincadeira" - quando na realidade se trata de um rime punido por lei - e pedia ajuda para remover o anúncio. Três horas depois do anúncio ter sido colocado, foi removido. Por quem e em resultado de quê ignoro. Tão pouco sei se os pais da criança chegaram a ter conhecimento do caso, apesar de alguns comentários referirem que já teria sido dado conhecimento do caso aos pais. Resumindo, o caso era - tudo o levava a crer - falso e foi rapidamente resolvido. Mas nem sempre é assim. A remoção deste tipo de informação leva, por vezes, dias e até mesmo semanas. São horas, dias e semanas que, para os familiares de uma criança que vivam uma situação destas podem ser verdadeiramente complicadas.

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