25 janeiro 2014

O Mercado e a Educação


Um tema tradicional das discussões em Ciências da Educação é até onde pode ir a autonomia da escola face à sociedade. As posições organizam-se à volta de dois polos: aqueles que defendem que a escola é um sistema que tem os seus valores próprios e pode, por isso, viver praticamente autónoma dos valores sociais vigentes e aqueles que afirmam a vinculação inexorável e inevitável da escola aos valores sociais.

Neste caso, parece-me que uma posição intermédia poderia ser mais útil: o pensar que a escola tem uma “autonomia relativa” (um termo cunhado por Poulantzas), isto é que sendo profundamente influenciada pelos valores da sociedade em que existe, pode assumir valores e práticas que não são completamente coincidentes.

Vem esta introdução a propósito da influência do Mercado (uma ideologia dominante nas nossas sociedades atuais) sobre a Educação.

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Todas as crianças e jovens precisam da escola. Para todos é imprescindível. Não podemos portanto impedir que nenhum deles fique precocemente amputado desta possibilidade de mobilidade social. E até é irónico que se procure impedir os alunos que mais precisam da escola, aqueles para quem a escola é realmente essencial pelas injustiças sociais que os privaram do desenvolvimento do seu potencial, que sejam estes os alvos de políticas económicas que vêm o mercado, o perverso mercado, como critério de aferição de qualidade e de justiça.

Sei que vivemos tempos difíceis mas continua a ser o tempo em que a Educação tem de desenvolver a sua “autonomia relativa” face a uma sociedade rendida ao mercado. Rendida mesmo.

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DAVID RODRIGUES in PUBLICO

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